“The only thing we know about the future is that it will be different.” afirmação célebre de Peter Drucker que sendo um dos mais reconhecidos pensadores do fenómeno da globalização seria uma das vozes icónicas na análise do atual momento da economia mundial.
Vivemos uma situação pandémica tão ou mais assoladora que a afamada gripe espanhola, que disseminou mais que qualquer outro conflito armado. As medidas necessárias para a conter terão indubitavelmente consequências na sociedade, na economia local, europeia e mundial, desconhecendo-se à partida com o rigor que se gostaria por quanto tempo assim será.
A medida mais eficaz segundo a comunidade científica será o confinamento social, que perante a nossa vivência habitual em sociedade se apresenta como um desafio penoso de reverenciar.
Descerra no entanto, o leque a uma menos regular forma de prestação de serviço: o teletrabalho. Para tal, torna-se vital que as nossas empresas e organizações, se capacitem cada vez mais na importância da sua transição digital. Não estamos obviamente no ponto zero, de alguma forma já temos alguma maturidade, mas esta transformação hoje acelerada cada vez mais pode ser o fator diferenciador. É preciso pois ajustar previamente o modelo de negócio às necessidades do consumidor ou do mercado que agora mais que nunca o faz (ou pode fazer) em modo online, e permitirá entender melhor o seu cliente, as suas preferências e antecipar-se ao mesmo e ao mercado recolhendo a informação, tratando-a e analisando meticulosamente – “What gets measured gets improved”.
Adaptar-se ao contexto atual é também gerir recursos humanos. Investir nos colaboradores significa reconhecer (novamente) a dedicação e o empenho dos que alicerçaram o crescimento das empresas e organizações. É neles que também reside o futuro pós-crise, e neles se deve manter o farol. O olhar para dentro e a melhoria das competências dos seus colaboradores pode ser um fator diferenciador para o futuro, fortalecendo o know-how, motivando e mantendo o otimismo para o futuro. O envolvimento e escuta ativa de cada um e de todos pode revelar-se no segredo do sucesso, liderado pelo seu timoneiro através de uma comunicação transparente e inequívoca.
Parceiros de negócio que cooperaram incontestavelmente em marcos de sucesso devem ser alvo de observância neste momento. Sejam estes fornecedores de bens ou serviços devem ser minuciosamente analisados a fim de identificar potenciais bottle neck que podem conflituar com a atividade, com as vendas e diretamente com o negócio. Determinar portanto, itens críticos e as suas origens, encontrando alternativas que sejam equitativamente (ou comedidamente) onerosas.
Flexibilidade e eficiência são vetores a ter em conta, permitindo que o negócio não estagne e permita trilhar novos caminhos, diversificar o portefólio. Alguns dos processos permitem com pequenas alterações gerar valor, atender a novos nichos de mercado ou necessidade específicas e pontuais. Muitos são os exemplos que se podem apresentar neste contexto pandémico, mas o adido popular icónico é bem profícuo – fazer (e bem!) com a prata da casa.
Recuperar perante uma crise e uma gestão económica eficaz, insta a resiliência. Permite alicerçar os pontos já abordados e encarar os desafios com tenacidade, influenciando positivamente os mercados e agentes económicos mundiais, conduzindo a um turn over mais célere.
Sinopse: processos robustos e otimizados aliados a um desafio pertinaz colocado convenientemente numa organização contribuem para o desenvolvimento (económico) sustentável.

João Rolim Optimization Manager na Cimpor – Cimentos de Portugal