A Pandemia Covid-19 não é e não pode ser um assunto paralelo à Estratégia da sua organização.
Tendo em conta o gigante impacto que ela terá no curto, médio e longo prazo do seu negócio, mais o que nunca é imprescindível trazer este tema para o Sistema de Gestão Estratégica da sua organização, fazendo dele a sua “arma”, a sua ferramenta para combater e superar os efeitos desta injusta e frustrante pandemia.
Na sua essência os sistemas de gestão estratégica existem para formalizar estratégias (propósito, missão, visão e valores), identificar fatores críticos de sucesso, desenhar modelos de negócio, definir objetivos, métricas e metas, estabelecendo planos de ação, iniciativas e projetos estratégicos. Todo um conjunto de subsistemas, métodos e ferramentas que suportam a organização no seu propósito e a orientem sustentadamente na sua missão rumo à missão.
Com base nesta essência, será no mínimo estranho e incoerente, perigoso até, as organizações não recorrerem aos seus sistemas de gestão estratégica para combaterem os efeitos da pandemia covid-19 ou outras de características e impacto similar.
Claro que se o objetivo da organização for exclusivamente “combater” no curtíssimo prazo, o seu foco estará totalmente concentrado na gestão da tesouraria e, neste cenário, a mais valia que o seu sistema de gestão estratégica poderá gerar enquanto ferramenta será limitada.
Na realidade é incontornável não concordar que a prioridade das organizações é a liquidez da tesouraria, como poderíamos não concordar considerando que sem ela amanhã não existirá organização para gerir estrategicamente?
No entanto e se por uns minutos ou mesmo segundos, conseguirmos afastar a ansiedade ou até mesmo o compreensível pânico gerado pelo momento, concluímos que é também incontornável concordar que a resposta que as organizações deverão dar aos efeitos da pandemia, deverá ser uma resposta equilibrada no necessário e difícil compromisso curto vs. longo prazo.
Porquê?
Porque esta crise é diferente. Com uma enorme velocidade ela está a alterar paradigmas de gestão, obrigando as organizações a se adaptarem no seu posicionamento estratégico, modelo de negócio, proposta de valor, cultura organizacional, infraestrutura tecnológica e digital, competências chave dos recursos humanos, etc.
Ora, esta mudança de paradigma e referidas dimensões que terão de se transformar, nunca poderão ser suportadas por medidas de curto prazo que sustentarão a sobrevivência das organizações para lá do dia de hoje.
A solução será a adoção de uma abordagem simultânea que exigirá um heroico discernimento, coragem, visão, resiliência e compromisso.
A capacidade de gerir a liquidez da tesouraria para sobreviver hoje, mantendo simultâneo foco nas medidas estratégicas que irão assegurar a existência de um amanhã, será absolutamente determinante.
Embora em injusta, esta é também uma lição. Os profissionais e as organizações vão aprender, crescer, transformar, ficar mais fortes e com mais ferramentas para enfrentar futuros desafios semelhantes.
Mesmo aqueles que caiam hoje, amanhã vão reerguer-se mais fortes e experientes.
Resiliência, humildade, humanidade e tecnologia serão fatores chave.